Durante o mês de junho, o Samu Macronorte está recebendo a visita de acadêmicos do curso de Farmácia das Faculdades Unidas do Norte de Minas (Funorte), que buscam conhecer o trabalho do farmacêutico no serviço de atendimento às urgências e emergências através do Samu. Os acadêmicos são recebidos pelo farmacêutico Márcio Souza Vasconcelos, responsável pela manutenção de fármacos nas 37 bases do Samu na região.
O grupo formado por 28 acadêmicos foi dividido em quatro equipes e cada equipe visita o Complexo Regulador Macrorregional em um dia. Durante a visita desta semana, Márcio Vasconcelos fez uma breve explanação sobre a regionalização do Samu-192, mostrando como o atendimento em rede ampliou o acesso aos serviços de urgência, mesmo nos pequenos municípios que dificilmente teriam condições de manter o serviço com recursos próprios, e o espaço de trabalho aberto pela Rede de Urgências Norte para os profissionais das diversas áreas, dentre eles, o farmacêutico.
“O farmacêutico é responsável pela aquisição, dispensação e distribuição dos medicamentos para bases. Utilizamos um software chamado Boa Ideia para fazer o gerenciamento do estoque. Com comunicação direta com todas as bases é possível saber onde está precisando de reposição”, explica. Segundo Márcio, o transporte do material de reposição para as bases é feito através do Sistema de Transporte em Saúde (SETS), que circula entre os municípios, otimizando o transporte e reduzindo custos.
FARMACÊUTICO NO SUS
Márcio observa que para o serviço do Samu ter resultado eficaz, é preciso que toda a Rede esteja integrada e seja resolutiva, desde a atenção primária até a alta complexidade. “O farmacêutico está inserido nesse processo, especialmente com a ampliação do programa Farmácia de Minas, cujas unidades possuem farmacêutico em tempo integral, oferecendo serviço de acompanhamento e aconselhamento aos usuários de medicamentos”, observa.
O programa Farmácia de Minas, realizado pela Secretaria de Estado de Saúde, por meio da Superintendência de Assistência Farmacêutica, distribui, gratuitamente, diversos medicamentos para doenças mais simples até as doenças de alta complexidade. Atualmente já estão em funcionamento mais de 100 farmácias e cerca de 600 municípios estão credenciados para participar da Rede.
“No conceito do programa, a farmácia é reconhecida como estabelecimento de saúde e referência de serviços farmacêuticos para a população adscrita, o que representa um reconhecimento da importância do papel do farmacêutico e um avanço para nossa categoria profissional”, ressalta Márcio.
DESAFIO TENTADOR
Para Warmillon Fonseca Braga, presidente do Cisrun, consórcio público que gerencia o Samu do Norte de Minas, a visita dos acadêmicos é importante para que conheçam na prática a rotina do serviço para o qual estão se habilitando. “O Samu trabalha com profissionais altamente qualificados e se os futuros profissionais tiverem a oportunidade de conhecer os desafios desse trabalho ainda na fase acadêmica, certamente estarão mais bem preparados para o mercado de trabalho. Estas visitas são uma rotina no Samu e é com muita responsabilidade e consciência social que recebemos os estudantes”, salienta.
Acadêmico do sexto período de Farmácia, Hudson se diz surpreendido pela estrutura do Samu do Norte de Minas. “Não imaginava que tivesse uma estrutura tão organizada. Para trabalhar aqui, é preciso estar amplamente inserido no serviço, saber atuar em equipe e ter conhecimento multidisciplinar. É um desafio tentador”, avalia.
Para a acadêmica Gracieth Pereira Nascimento, a visita ao Samu lhe trouxe um novo parâmetro para a profissão. “Sempre imaginamos o Samu uma ambulância em estado de alerta, abrindo passagem no trânsito para socorrer um ferido. Mas conhecer o internamente a estrutura montada para que o trabalho do socorrista dê certo me fez entender o quão importante é o trabalho de cada profissional envolvido e a responsabilidade de cada um. O farmacêutico precisa realmente conhecer a interação medicamentosa e todos os aspectos da farmacologia para dar um suporte seguro à equipe de assistência”, pondera.
Ao final da visita, Thamires Gares Soares disse que sai mais motivada e com grande expectativa de trabalho. “Não tenho mais dúvida de que escolhi a profissão certa”, conclui.
Também participaram da visita os acadêmicos Delmo Tompsom Barreto Neto, Priscila Thaís Soares e Michely de Jesus Souza. Na próxima semana será a vez do segundo grupo.
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